quinta-feira, 30 de junho de 2011

Molho de Francesinha e a Própria


É ela sim... A IGUARIA DO PORTO
A Francesinha é um sanduiche inspirado no famoso "Croque Monsieur" francês
Dizem que um português vindo de França, adaptou-o ao gosto aqui do norte
incorporando no recheio um mix de carnes e
regando-o com um delicioso molho picante a base de bebidas espirituosas

Quem me visita já sabe, ninguém escapa.
Todos são "obrigados" a prová-la... e, 
apesar das queixas a respeito da "consistência", digamos assim, 
a experiência é única e inesquecível.


Que digam aquelas famílias que ali estiveram, na recente noite de verão, sob a vinha no alpendre de uma quinta, e que degustaram a bela mesada de Francesinhas servida com o molho preparado pelo JM.
Coisas de Portugal "para sempre" !

O Molho aqui é tudo. Mesmo tendo alguns ingredientes base e imprescindíveis, como a cerveja e as pimentas, não se encontra por aí uma receita específica que se possa assumir como a ideal.
Há sim, as mais famosas francesinhas da cidade, aquelas que só se experimentam em alguns restaurantes imortalizados pela excelencia de paladar que conseguiram desenvolver.

Nós, aqui em casa, frequentemente fizemos incursões à busca do molho perfeito... confesso que ainda não atingimos o nosso ideal  entretanto, podemos deixar aqui esta receita base que, sem margens para erro, é sim, um "Bom Molho de Francesinha" factível por qualquer mortal.

Pimenta preta, sal, pimenta vermelha, molho tabasco, polpa de tomate, alho, louro, cebola, pimento (pimentão) e cerveja

De início, num fundo de azeite, refogamos a cebola até querer começar a ganhar cor.
Adicionamos então os alhos e, um minuto depois, os pimentos vermelhos (tudo picado bem miudinho)
Deixamos refogar mais alguns minutos para os pimentos soltarem a polpa e os sumos incorporarem.
Juntamos o louro, sal, pimenta-preta, pimenta-vermelha, tabasco (fundamental) e o molho de tomate.
Tudo a gosto, afinal, cada panela tem seu paladar, não é mesmo?

De seguida, juntamos uma lata de cerveja e deixamos cozer em fogo baixo por uns 10 minutos.
Aqui tb há espaço para algumas colheres de whisky


Retiramos as folhas de louro e passamos então tudo com a varinha (trituramos com o mixer ou liquidificador), provamos os temperos, voltamos a por os louros e juntamos água para diluir.

Bom, agora prestem atenção que o assunto é sério:
Esta água ali em baixo deveria "idealmente" ser substituida por caldo de carne... mas tem que ser caldo de carne feito em casa... ninguém se meta a por daqueles cubinhos industrializados (tipo knorr ou maggi) que ficará uma caca. 
Na falta do caldo de carne original, façam mesmo com água.



Agora:
Se ficou muito grosso: Juntem + Água ou caldo de carne
Se ficou ralo: Engrossem com um pouco de maisena
Se faltou picante: Divirtam-se com as pimentas q tiverem à mão
Se ficou picante: Assoprem, bufem, mas não deixem de provar :)

Para montar a Francesinha podemos gratinar no forno (antes do molho) ou, caso os ingredientes estejam quentes, montar com a ajuda da torradeira de pão, que foi o que fiz aqui.
  1. Pão (Aquecido na torradeira até começar a dourar)
  2. Fiambre (presunto no Brasil)
  3. Mortadela (optei por não utilizar)
  4. Bifes grelhados bem fininhos
  5. Salsinhas ou chouriço fino (linguicinha tipo calabresa)
  6. Pão
  7. Queijo por cima do pão
  8. Molho quente de Francesinha abundantemente
O meu molho estava fervendo para derreter o queijo.
Como já comentei acima, quando faço muitas francesinhas de uma vez, levo o sanduiche ao forno quente para aquecer igualitariamente todos os ingredientes e gratinar o queijo.
Somente depois de retirar do forno é que rego o molho e sirvo a seguir.


    Variações?
    Sim, sempre... há quem faça com camarões, há quem incorpore um ovo frito por cima de tudo, há quem sirva com batatas fritas e há quem consiga repetir...


    E já que hoje estou "palavrosa", dedico esta receita para 2 amigas:
    A amiga de tantas andanças Tânia e sua família que, tenho certeza, vão se deleitar em comer francesinhas... 
    E também para a amiga blogueira Bruna (do blog Gourmandisme
    que é uma grande admiradora do Croque Monsieur, Croque Madame e parentes afins :)

    segunda-feira, 27 de junho de 2011

    Salada de Bacalhau com Grão de Bico


    Fresquinha, fresquinha e sem preconceitos
    Foi ontem mesmo no jantar,
    aproveitando o calorzinho do verão, que nos deliciamos com esta
    mistura tão equilibrada de ingredientes

    Grão de bico cozido
    Bacalhau demolhado (dessalgado) em lascas 
    Ovos cozidos
    Salsa e cebola ao gosto
    Vinagre, Azeite e Pimenta Preta para temperar


    JuntaTodoMundoJunto
    Tempera com vinagre e azeite e serve com pimenta preta moída


    É assim mesmo, Bacalhau cru, fresquinho, saboroso, salgadinho, imperdível!!!
    (Bacalhau dessalgado mas q ainda conserva um resquicio do sal original)
    Confesso que, da primeira vez que fiz esta salada, apesar de já ter comido e adorado, bateu-me o preconceito e não só cozi o bacalhau, como também escaldei previamente a cebola em água quente.
    Ficou horrível!!!
    A salada perdeu todo o prazer e frescura característicos.

    Meti então o rabinho entre as pernas e fiz como deve ser, 
    com bacalhau cru e cebola ardentemente crocante.
    Maravilha!!!

    quinta-feira, 23 de junho de 2011

    Salada de Pimentos


    24 de Junho é "Dia de São João" o padroeiro do Porto
    A casa já está decorada, o grelhador em brasa e as sardinhas prontas para assar.
    Afinal, esta é uma das festas mais tradicionais aqui da cidade, decorre na noite do dia 23, quando o povo todo vai às ruas da baixa (centro da cidade) comer 
    "Sardinhas Assadas com batatas e Salada de Pimentos"

    E quem não vai ao burburinho, assa suas sardinhas em casa.
    O aroma das sardinhas nas churrasqueiras em brasa dominam o ambiente e ninguém resiste.
    É sardinhas para todos!!!
    Massss... o que magnetiza, hipnotiza e arrebata-me as papilas gustativas é mesmo a tal da "Salada de Pimentos". É ela, a salada, que faz das sardinhas um prato tão apetecível. 
    É ela que me faz pendurar bandeiras e balões festivos pela casa. É ela que me faz fã desta festa popular e tb é ela que, em tantos outros dias, acompanha nossos peixes grelhados.


    E é tão simples e tão perfeita que não há nada que se possa fazer para melhorar... tudo aí já está

    O segredinho é assar os pimentos num braseiro forte, torrar os bichos até a polpa ficar tenra ignorando o negrume da casca... tira-se da brasa e dá-se um banho de água fria para soltar as cascas.
    Basta esfregar um no outro que a casca descola-se facilmente.
    Com as mãos, rasga-se grosseiramente os pimentos em tiras largas e tempera-se com lâminas de alho, sal, azeite e vinagre.

    O leve sabor a brasa que se incorpora nos pimentos é "tudo" !!!




    Bom São João para todos nos 2 hemisférios!!!
    Para o povo lá do Sul, comam por mim muito pinhão, bolo de fubá e canjica

    Almoço típico de verão: Salada de pimentos com cebolas acompanhando peixe grelhado

    terça-feira, 21 de junho de 2011

    E que venha mais um verão

    Vista da varanda do quarto - 21h30

    Solstício de verão 2011

    segunda-feira, 20 de junho de 2011

    Caldo Verde


    Eu não tenho noção se esta receita é a tal "Tradicional Portuguesa", mesmo porque, 
    tudo que é tradicional por aqui tem as suas inúmeras variações.
    Mas tb como não sou daqui, dou-me o direito de ir tateando e me adaptando sempre, claro que, sempre com a retaguarda do J que faz a sua parte, dando-me algumas boas direções e aprovando o paladar final.
    Talvez seja por isso q demorei para publicar a receitinha cá de casa, tão constante nas noites de domingo durante os invernos aqui do norte e, uma boa sugestão para os brasucas do sul que não param de reclamar do friozinho atual.


    Aqui vai então... esta delícia de pedir por mais.
    4 ingredientes básicos são mais do q suficiente para confeccionar o caldo dos céus.
    Chouriço, couve galega (a couve verde do Brasil) cebola e batatas (eu uso tb alho)



    Depois de dourar as cebolas e os alhos em um fundo de azeite, junto o chouriço cortado em rodelas e refogo para soltar os sumos e incorporar os sabores.


    Acrescento então, batatas, couves cortadas em tirinhas finas e muita água.
    Deixo cozer à pressão por 20 minutos.
    (As couves vão ficar tão tenras ao ponto de se desfazerem na boca... humm)


    Tiro da pressão, abro, reduzo as batatas a purê junto com um pouco do líquido (passo pelo mixer) e volto a verter dentro do caldo.
    Deixo ferver mais uns minutinhos, acerto os temperos (sal e pimenta preta) e está pronto.

    quinta-feira, 16 de junho de 2011

    A Cozinha Minimista


    Mínima em armários
    Mínima em área de trabalho
    Mínima em utensílios

    E como o pouco torna-se grande
    Há aqui algumas peças que me são inseparáveis


    Assim como não consigo cozinhar em cozinha alheia, também não vivo sem "certas coisinhas".
    Para entender o apego de um virginiano é só reparar na lista abaixo... meia-duzia de coisas insignificantes que dominaram os meus gestos e reinam unânimes.


    A anciã do Lar 
    A minha colher de pau velha, mais velha não há
    Já comprei muitas outras na tentativa de a substituir mas nenhuma conseguiu roubar-lhe o reinado
    O Casal 
    2 facas que afiam em segundos na perfeição.
    Esta pequenina levo comigo (junto com o afiador) até qdo vou de férias... afinal, tem coisa pior do que tentar cozinhar sem faca afiada??? 
    O Despreocupante 
    Detergente de louça biológico
    Protege-me as mãos (pois não uso luvas) e faço a minha pequena parte pelo ambiente.
    A Tiraneuras 
    Pano esponja... sempre a mão.


    A Indispensável
    Não sei como é q a chaleira elétrica não vinga no Brasil. 
    A minha está sempre ali a postos, ao ladinho do fogão, fervendo a água em segundos.


    O Magnânimo
    Especieiro Magnético ao gosto do freguês
    Finalmente, depois de anos a procura de uma solução para os "irritantes saquinhos de tempero" encontrei estas coisinhas fofas que deixam-me os temperos sempre a mão

    segunda-feira, 13 de junho de 2011

    Soufle de Bacalhau


    Comer bacalhau toda semana gasta neuronios
    Afinal, haja criatividade desse povo para variar em tantas receitas com o "fiel amigo"
    Sim, porque português come bacalhau no mínimo 1 vez por semana, 
    e eu também não fujo à regra.
    O soufle é só mais uma das muitas opções de variar e combinar a textura do bacalhau, 
    por si só tão intensa, com os seus amiguinhos do coração: batatas, cebolas, pimentos e azeitonas... SEMPRE! 


    Mas não se deixem enganar, pois aqui quem diz soufle, 
    não está querendo dizer "acompanhamento", 
    pois o soufle de bacalhau é perfeito como prato único para o jantar.


    E aqui vamos nós novamente, dar um bom destino às partes menos nobres do bacalhau. Rabo, barbatanas, laterais espalmadas e tudo o mais que tiver um pouco de carne levo a ferver por 5 minutos, retiro (reservo a água), deixo esfriar, tiro todas as espinhas e desfio bem fininho com o grafo.


    Refogo cebolas e alho picados em azeite, até o ponto de querer começar a dourar, junto então pimentos bem picados (pimentão vermelho) e deixo refogar para soltar os sumos.

    Acrescento a seguir o bacalhau desfiado e incorporo tudo provando o sal, e temperando com um pouco de pimenta preta moida.


    Acrescento então um pure de batatas feito com as batatas cozidas na água em que fervi o bacalhau (onde acrescentei um pouco mais de sal, caso necessário)
    Já com o gás desligado, junto então uma gema de ovo e mexo bem.
    De seguida, adiciono a clara em castelo (clara em neve), e incorporo novamente.



    Coloco então o soufle numa assadeira de vidro, distribuo azeitonas por cima e levo ao forno médio até dourar... e que venha a mim o apetite!

    sexta-feira, 3 de junho de 2011

    Serra da Freita - PR7


    A 60km do Porto situa-se a Serra da Freita, uma extensa região rural lindíssima, tipicamente uma das caras aqui do Norte. As vaquinhas pastam entre relva e rochas, o céu parece mais azul e o cheiro é... é o cheiro de lá... não encontro uma metáfora para reproduzir a experiência olfativa.


    E lá fomos nós, a título de primeira experiência do tipo "Caminhada Familiar", numa incursão pedestre pela natureza. A maior parte destas áreas demarcadas possuem trilhas bem sinalizadas que, dependendo das cores e grafismos, indicam o caminho correto e o grau de dificuldade com que vamos nos deparar.


    Cautelosamente, optamos por fazer a primeira parte de uma das trilhas de dificuldade baixa (PR7 - Nas Escarpas da Mizarela) que nos levou até a "Frecha da Mizarela", uma cascata super charmosa considerada uma das mais altas de Portugal que, com sua simplicidade frente a minha experiencia latina, relembrou-me da imensidão do patrimônio natural que temos disponível na Serra do Mar/Brasil.


    A nossa caloura de 6 anos e poucos kilos, suportou super bem a caminhada e, apesar de algumas queixinhas de dondoca urbana, mostrou-se super curiosa por tudo. Divertidamente alternava entre me encher de perguntas e, repentinamente, pedir para que eu me calasse porque ela queria desfrutar dos sons da natureza.


    O nosso campo de visão esteve preenchido por 5 cores, que eu diria, insistentes:
    • Azul (céu)
    • Branco (Nuvens)
    • Verde (Vegetação)
    • Cinzento (Rochas)
    • Amarelo (Maias)
     

      As Maias (flores do campo da época da Páscoa) são um espetáculo a parte nessa época do ano. Contrastando com todos os outros elementos a sua volta, vibram e inebriam a paisagem.





      Com certeza, "re"tomei gosto pela coisa e agora já ando na pesquisa por novos percursos de dificuldade baixa, ou zero, melhor dizendo :)