quarta-feira, 30 de março de 2011

Restaurante O FUSO


ou O Bacalhau Perfeito

Como toda virginiana eu adoro a perfeição, e a felicidade me sorri sempre que encontro coisas, lugares ou pessoas que me validem a busca.
Eu como bacalhau semanalmente há quase 10 anos... Acredito que meu paladar já seja perfeitamente confiável e, assim sendo, não há sombra de dúvida de que o "Restaurante o Fuso" é o meu mais novo e querido cantinho gastronômico em Portugal, para voltar lá sempre.
Tá certo que fica longe do Porto, mas passará a ser nossa rota a caminho do Sul de hoje em diante. Eu prometo!


E a perfeição é:
O bacalhau original (com mais de 3 kg) salgado ao gosto do português, desalgado no ponto, que significa ainda conter a quantidade exata de sal original.
Grelhado na Brasa, a frente dos clientes, crocante por fora e pleno de sabor nas lascas encorpadas, rijas e sumarentas.


Para completar, coberto com alho e regado abundantemente por azeite frutado daqueles que não tem marca, saído do lagar alí da quinta ao lado, ou sabe-se lá de onde. Um azeite que se reconhece quando ele supera o desejo à carne... dá vontade de comer de colher, como sopa.

E o tamanho da posta? Uma dose para 4, é pouco?

A sobremesa da casa faz frente ao bacalhau... Uma base de massa folhada crocante com creme de ovo escorrendo pelas bordas abaixo ou o pudim de ovos chamado "toicinilho"...
Ai meu Jesusinho!!!
Sim, eu sou feliz em Portugal :)


Restaurante O Fuso 
Rua Cândido Reis 92-94
2630-216 Arruda dos Vinhos (a 40km de Lisboa)
Telefone: 263975121 
(resenha no Lifecooler)                                                
 
Meu grande agradecimento a Simone do blog "Simone: Vida em Produção" que foi quem me deu a dica e que tem ali um vídeo do Arnaldo Antunes e do Erasmo Carlos que é uma verdadeira delícia brasileira... Obrigada pelos 2 prazeres!



terça-feira, 29 de março de 2011

Frango Primavera



ou a Galinha Simplória
Portugal entrou crise, ou melhor, em desespero, pois a crise já começou faz quase 10 anos
O governo caiu, o primeiro ministro pediu demissão, o FMI bateu a porta
e o povo?
O povo anda muito preocupado, e com razão.
Talvez por isso eu esteja numas de exercitar a economia doméstica
E pra animar e continuar feliz vamos a mais uma receita caseira, boa e baratinha.
O frango primavera é docinho e colorido como a tal estação das flores.

Faço assim:
Douro sobre coxas de frango do campo em azeite.
Junto cebola e alho e deixo dourar novamente.
Acrescento massa de pimentão, molho de tomate e tempero com sal, pimenta preta, louro e as ervas aromáticas que vierem a cabeça ou estiverem a mão.


Acrescento um copo de água e deixo apurar em fogo baixo até a carne ficar tenra.
Ajusto os temperos junto cenouras cortadas em cubinhos e deixo cozer por 5 minutos
Junto então milho e ervilhas em igual quantidade.


Cozo por mais uns minutinhos para incorporar os sabores e é só juntar salsa fresca e servir.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Arroz de Frango com Vinho


Já deve ser a quinta vez em que tento acertar este prato
ao gosto do meu portuga mas, sabem como é: 
A memória dele é do tacho da sogra e eu,
por mais que tente, nunca chegarei lá... paciência!!!
Enquanto a perfeição não me ilumina, vou experimentando...
Acho que agora chegamos a um consenso que satisfaz as duas partes
Aqui está o resultado:


Utilizo sempre perninhas de frango do campo sem pele, cebola, alho, pimentos vermelhos e mais gengibre, algum vinho branco, molho de tomate e salsa


Começo por saltear as perninhas em azeite até tomarem um pouco de cor.
Acrescento então as cebolas e deixo que dourem um bocado.
Junto então os pimentos vermelhos e gengibre fresco (a gosto) deixando refogar até soltar os sumos.
Tempero com sal e pimenta preta e adiciono um pouco de vinho branco.


Deixo o vinho ferver alguns minutinhos e junto molho de tomate e água
Ao levantar fervura, adiciono o arroz e deixo ferver por 5 minutos.
(As proporções de água e arroz para o Arroz malandro eu já detalhei aqui)
Desligo o gás, junto salsa a gosto, tampo a panela e deixo abafado para o arroz terminar a cozedura.


Parece simplesinho, né?
E é, tão simples quanto saboroso!


segunda-feira, 21 de março de 2011

Mexilhões em Molho de Pimentos (Pimentões) Vermelhos


Não se deixem impressionar pela aparência simplória dos meninos
Este molho é uma "coisa" de "bão"!!!
O JM prepara-o tão bem que eu nunca me arrisquei a meter minha colher nesse tacho, e olha que eu nem aprecio mexilhões, não gosto da textura daquilo na boca mas, como o molho embebido em pão de maneira tão voraz que, qdo chega o prato principal já estou sem fome.

Geralmente servimos como entrada, e desta vez não foi diferente.
Uns amigos vieram jantar e nós nos revezamos na cozinha.
Eu fiz o Bobó de Camarão e ele os Mexilhões 

E como homem na cozinha é sinônimo de caos eu, para fotografar o processo, tive que me meter na frente do fogão e levar com algumas reclamações, mas valeu a pena!!!
Uma receita tão boa merece ser divulgada e reproduzida.


Os ingredientes são os nossos básicos de sempre: Cebola, alho, pimentos, tomates e coentros frescos.
Para os mexilhões, utilizamos um pacote de miolos de mexilhão e um pacote de mexilhões ainda na concha.

Numa panela com um fundo generoso de azeite, refogar cebola picada até começar a dourar.
Acrescentar os pimentos (pimentões) também picados e deixar refogar para soltar os sumos.



Juntar uma dose generosa de alhos picados e alguma pimenta malagueta
Juntar tomates sem pele picados, algum molho de tomate e água, se necessário
Temperar com sal, alho, pimenta preta e gengibre fresco
Deixar cozer.


Ajustar os temperos (aqui vai do gosto)
Triturar grosseiramente com a varinha (mixer)
Acrescentar os mexilhões e deixar cozer alguns minutos.
Por fim, juntar 1 colher de Vinagre Balsâmico e coentros picados.
Cozer mais uns minutinhos e servir acompanhado de pão


domingo, 20 de março de 2011

Bobó de Camarão com Cajú


Ainda na onda das receitas brasileiras que sobreviveram à minha mudança territorial,
outro sucesso em terras lusas é o meu Bobó de Camarão com Cajú.
Nas poucas vezes que o preparei fiquei sempre surpreendida com a aceitação da clientela.
Esta receita é o resultado de uma compilação que fiz entre outras 3 que selecionei por aí. 
Finalmente, acho que cheguei a um bom equilibrio de ingredientes.
Então lá vai:


1 kilo de mandioca sem a fibra central
1 kilo de camarão
3 cebolas - 5 dentes de alho - 1 piri-piri (malagueta) sem sementes
2 pimentos (pimentões) 1 verde e 1 vermelho
4 tomates sem pele picados - 1 caixa de molho de tomate
2 embalagens de leite de coco
Cajus torrados com sal
Óleo de palma (Azeite de Dendê) 
Salsa fresca - Azeite - Sal - Pimenta preta - Louro - Gengibre


A confecção é composta de 3 etapas distintas:

Primeiro, cozo a mandioca em água e sal com uma folha de louro e meia cebola
Escorro a água da cozedura, junto uma embalagem de leite de côco e transformo tudo em purê com a ajuda da varinha (mixer).
Reservo.


Depois tempero os camarões com alho esmagado e pimenta preta
Numa panela com fundo de azeite, refogo um pouco de cebola e junto os camarões salteando-os por alguns minutos. Como eu não gosto da água que se desprende dos camarões, costumo deixá-la evaporar em fogo alto.
Reservo.


Por fim, em outra panela, refogo as cebolas em azeite até ficarem translúcidas.
Junto os pimentos e o piri-piri e refogo até soltar os sumos.
Acrescento os tomates picados, junto o molho de tomate e mais um copo de água.
Tempero com sal, pimenta preta, louro, gengibre fresco picado a gosto.
Deixo cozer uns 10 minutos em fogo baixo.



Quando o molho base estiver ao gosto, junto os camarões e o purê de mandioca.
Incorporo tudo, acrescento mais uma embalagem de leite de côco e deixo levantar fervura.
Desligo o fogo e junto 1 colher de chá de óleo de palma (Dendê).

Aqui, confesso que prefiro não utilizar o Dendê... para o meu gosto acho que o bobó fica sempre mais saboroso sem o travo do dendê que acaba por roubar os sabores... mas vai do gosto, né? A maioria acha imprescindivel utilizar o dendê na cozinha baiana... eu dispenso na maior parte dos casos.

Acrescento então os cajús picados muito grosseiramente e a salsa fresca.
Sirvo com arroz e batatas fritas, porque ninguém aqui vai querer contar as calorias depois disso tudo!

terça-feira, 15 de março de 2011

Bacalhau a Brás


É talvez o meu prato de bacalhau preferido.
É potente, saboroso, rico e de chorar por mais!
Se de início o Bacalhau a Brás aparenta ser uma mistura desconexa de ingredientes, todo o preconceito vai abaixo após a primeira garfada.

Provei-o na primeira refeição da minha primeira viagem a Portugal, preparado pela então "futura sogra".
Melhor que o dela, só o meu... modéstia a parte!!!

É claro, que há o segredo da mão que mexe o tacho... não há como ser precisa com este prato, ele fica sempre diferente, pois exige interação, jeitinho e intuição para dar o ponto correto nos ingredientes.
Mas também sempre dá certo e é tão saboroso, em função da combinação dos ingredientes, que posso garantir que nunca fica ruim, fica sempre bom, cada-vez-mais!!! E agrega ainda a vantagem de ser um prato barato, pois a quantidade de bacalhau por porção é bastane reduzida se comparada às outras receitas de bacalhau.




Os ingredientes básicos que mostro acima, renderam-me 4 porções bem servidas, daquelas q a gente come por gula.
Para não errar e ser honesta com os componetes, costumo usar o mesmo volume de bacalhau, cebolas cortadas em meias luas grossas e batata frita.
Aqui, tenho mais ou menos um prato fundo de cada ingrediente para 3 ovos.

O primeiro passo é preparar umas batatinhas fritas caseiras, cortadas em palitos pequenos e bem crocantes.
Enquanto isto, numa frigideira com um fundo generoso de azeite, frito as cebolas até ficarem translúcidas e junto então as lascas de bacalhau, sal e pimenta preta a gosto. Envolvo o bacalhau e deixo-o cozer rapidamente por 2 ou 3 minutos.


Transfiro o bacalhau para uma panela que esteja ainda fria, junto azeitonas pretas e as batatas fritas e ligo o gás em fogo baixo. Só então, é que acrescento os 3 ovos batidos, lentamente, enquanto envolvo tudo com a colher.



E aqui está o grande momento do bacalhau a Brás:
O ovo não deve (não pode) secar... deve ser cozido levemente enquanto se mistura com os sumos do azeite e da cebola.
É assim: derrama-se o ovo aos bocados ao mesmo tempo em que se vai misturando tudo, coisa de 1 minuto, não mais que isso.
Assim q o ovo deixar de ter a aparência de cru, deve-se tirar do fogo e servir em seguida.
É dos Deuses!!! E este aqui ficou muuuuuito bom!!!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Horas de um Sábado - Parte III



Em poucas palavras e algumas imagens:

A canina desfaleceu no tapete
Os humanos exercitaram as perninhas até uma explanada provocando a sede
2 garrafas de Super Bock (patrimônio nacional) e um prato de tremoços, 
saciaram a sede, reativaram a sede, saciaram a sede, e assim, sucessivamente...

Noutros olhares:
Os pássaros que reaparecem
As magnólias brotando e
Uma matriarca cigana que passou 1/2 hora de lá para cá
aos berros ao telefone

terça-feira, 8 de março de 2011

Horas de um Sábado - Parte II



Ou Rachel Zoe Mini Projeto Lusitano

Mãe? Porque que a cadela tem um "post" só pra ela?
Eu também queria!

domingo, 6 de março de 2011

Horas de um Sábado - Parte I


Ou Crônicas da Cadela

Após semanas (muitas) de chuva e frio, o último Sábado amanheceu ensoralado e quente com aroma de Primavera. A bicha cá de casa, foi a primeira a se esbaldar no tapete, enquanto me olhava com aquela cara de quem indaga:
- E então? Vou passear agora, já ou daqui a pouco?
Mas há rotinas que tem que ser cumpridas para a boa ordem geral do lar.
Depois do final de semana na Serra da Estrela, o caos instalou-se por aqui e 30% das roupas da casa estavam por lavar... enfim, depois das roupas lavadas e estendidas faltava só limpar a orelha da cadela anciã, que agora anda com uma otite crônica que exige vigilância constante, o que vem a aumentar em um item a mais a lista de revisão semanal... mas lá conseguimos tirar as pantufas e, abanando o rabo (o dela pois eu não tenho) descer rumo ao nosso passeio ao sol.


Em frente de casa temos um amplo relvado por onde passeiam todos os cães que vivem na zona... obviamente cada um deles tem a sua rotina e gostos específicos. A minha, tem seus cantinhos todos definidos, há a região do xixi, os montinhos de mato perto do muro para comer relva e a zona delimitada para fazer cocô... todos os dias, todos os passeios, tudo igual.


Passando para o outro lado da linha do comboio (que passa em frente de casa) temos algumas lojas comerciais, entre elas uma mercearia que me redime das falhas na lista de compra e para onde corro sempre que falta cebola, alho ou pimentão... ou ninguém ainda percebeu que eu não vivo sem estes 3 ingredientes?
O problema é que, apesar da cadela pensar que é gente, ela não engana o dono da mercearia e tem que ficar estacionada a porta, atada ao tronco de uma árvore. A pobre da bicha sente-se o mais infeliz dos quadrúpedes durante os poucos minutos em que saio do seu campo de visão.


Há quase 40 anos atrás, eu tb me senti assim, qdo minha mãe foi a farmácia e deixou-me a espera dentro do carro... ainda lembro do filme que me passava pela cabeça: Eu velhinha, esquecida dentro daquele fusca vermelho e as pessoas passando pela rua indiferentes ao meu destino.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O Cemitério de Paranhos


Eu procuro respeitar o prato em que como e, com certo esforço, mordo a língua e engulo alguns comentários picantes sobre a inocência lusitana, que tão bem inspira as famosas piadinhas de português contadas no Brasil, porém há dias em que não me aguento...

Pois bem... o Cemitério Paroquial de Paranhos fica perto da minha casa e passo em frente a ele todos os dias, sem nunca deixar de apreciar mais um dos belos trabalhos de azulejaria que decoram as nossas paisagens urbanas.



Entretanto, nunca tinha dado atenção ao portão principal e olhado um pouco mais para cima, onde se vê a marca do cemitério trabalhada em ferro e, se não bastasse, pintada em branco para sobressair.


Agora me digam, quem é que se habilita a fixar residência num cemitério onde o cartão de boas-vindas possui 2 caveirinhas com ossinhos cruzados???


Meu marido já sabe e reforço aqui publicamente:
Tirem-me tudo o que ainda for aproveitável, cremem as sobras e espalhem as cinzas no Atlântico.

terça-feira, 1 de março de 2011

Bag Organizer



Enfim, tenho um "Organizador de Bolsa",
a 8ª maravilha do consumo feminino!

Nnca mais vou ficar minutos escavando dentro da bolsa pra encontrar seja lá o que for...
Nunca mais vou escolher a cor da roupa em função da bolsa que já está montada...
Nunca mais...