Meu casamento, que começou atípico para os padrões da época,
afinal lá se vai quase uma dezena de anos,
também manteve a tradição na hora do enlace propriamente dito.
Só visto!
Foi mesmo uma questão de visto,
visto que a data foi marcada tendo em vista o fim do visto, perceberam?
Nós decidimos por ir a conservatória,
casar e voltar para casa.
E foi o que fizemos.
Não sem antes preparar uma recepção privada para nossa pequena família lusa
E lá fomos nós casar, os noivos, os pais do noivo, os cunhados da noiva e o avô velhinho.
Casamos, voltamos para casa e almoçamos a grande, um menu português preparado pela noiva brasileira.
Arroz de Pato
E foi ele, o Arroz de Pato com Esparregado, que comemos no dia do nosso casamento, assim como, foi também a minha primeira incursão na cozinha portuguesa.
Eu precisava, para aquele dia, de algo que, em grande quantidade, pudesse ser preparado na véspera e fosse prático na hora de servir pois eu faria tudo sozinha.
É claro que a Lena foi a minha salvação, não só nessa ocasião, como em muitas outras e ensinou-me a fazer o tal do Arroz de Pato para os patos que se iam casar.
Para começar precisamos de um pato, este aqui tinha quase 3 kilos
incluindo os miudos que vieram dentro de um saquinho na barriga do bicho
E para temperar a agua do cozimento:
1 cebola com cravos-da-india espetados
3 dentes de alho
3 folhas de louro e
1/2 salpicão inteiro
(a outra metade do salpicão reserva-se em rodelas para decorar o prato)
Junta-se tudo na panela de pressão
cobre-se com água e
acrescenta-se sal e pimenta preta a gosto
Deixa-se cozer por 2 horas na pressão - Exagerada!!!!
A finalidade de cozer por tanto tempo é para desfazer toda a gordura do pato e soltar as carnes dos ossos
Coa-se o líquido do cozimento e reserva-se num recipiente fechado dentro do frigorífico (geladeira) por algumas horas, separa-se os miudos e o salpicão e descarta-se os demais temperos (cebola, alhos e louro)
Retira-se todas as peles do pato (que saem facilmente) e todos os ossos que são também descartados
Desfia-se então os miúdos do pato
Pica-se o salpicão que cozeu junto com o pato
Desfia-se todas as carnes do pato e junta-se tudo (carnes, salpicão e miudos).
Retira-se então toda a gordura do líquido do cozimento, que se separou depois de algumas no frigorífico (geladeira)
Com cuidado, utilizando uma colher, conseguimos retirar e descartar toda a capa de gordura
O caldo refrigerado (sem a gordura) tem a textura de uma gelatina e vai ser utilizado para cozer o arroz
Faz-se então um refogado com bastante azeite, cebola e alhos e acrescenta-se o caldo do pato
Deixa-se ferver e junta-se o arroz que não deve cozer totalmente e ainda ficar um pouco úmido para terminar de cozer no forno.
(Nota-se que o arroz ainda está um pouco rijo e úmido)
Numa assadeira monta-se uma camada com metade do arroz e, por cima, deita-se todas as carnes desfiadas
Por cima das carnes, monta-se outra camada com o arroz restante
Cobre-se com as rodelas de salpicão que estavam reservadas e vai ao forno quente por 1/2 hora para acabar de cozer e secar o arroz.
(Utilizei ainda algumas partes do bacon fumado da Polenta)
(Utilizei ainda algumas partes do bacon fumado da Polenta)
Está pronto.
No meu casamento foi tudo preparado na véspera.
Deixei o Arroz coberto e só pus no forno na hora que chegamos em casa.
Deixei o Arroz coberto e só pus no forno na hora que chegamos em casa.
Enfim, os patos casaram, o Arroz estava bom,
e o casamento vai bem obrigada.
e o casamento vai bem obrigada.
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